terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Perícia desmente Carlos, voz que tautorizou entrada de assassino de Marielle não era de porteiro

Marielle: voz que liberou acusado não é de porteiro que citou Bolsonaro, aponta laudo

O Ministério Público do Rio já havia feito uma análise da gravação e também afirmava, antes mesmo da perícia, que a autorização para a entrada de Élcio no condomínio Vivendas da Barra fora dada por Lessa, e não por Bolsonaro.

Com a análise do MP, o porteiro que citou Bolsonaro havia recuado e disse que cometeu um erro ao anotar na planilha do condomínio que Élcio pretendia visitar a casa 58, número da residência de Bolsonaro, em vez de casa 65, onde Lessa vivia.

Em depoimentos prestados em outubro do ano passado, um dos porteiros do condomínio havia afirmado que “Seu Jair”, referindo-se a Bolsonaro, havia autorizado a entrada de Élcio no dia do assassinato. No entanto, o então deputado federal se encontrava em Brasília.

Segundo o laudo, na verdade, outro empregado ligou para Lessa informando a presença de Élcio na portaria. Lessa, então, autorizou a entrada. Ainda de acordo com o laudo da Polícia Civil, não foram encontrados “indícios sugestivos de edição fraudulenta do disco analisado, correspondente ao sistema de gravação do interfone”.

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, afirmou à época que a análise feita pelo MP das provas das ligações de interfone no condomínio de Bolsonaro e Lessa foi superficial e que a ausência de perícia oficial pode levar à nulidade do processo.

Uma das três promotoras que investigavam o caso, Carmem Eliza, pediu afastamento das investigações após a repercussão de posts de 2018 em redes sociais que mostram ela apoiando a campanha do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro.