quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Peritos da PF admitem que documentos da Odebrecht foram adulterados


Peritos da PF admitem adulteração de documentos para incriminar o ex-presidente Lula

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou as alegações finais no processo relacionado à compra do terreno do Instituto Lula. No arquivo, a própria perícia da Polícia Federal admite que provas do chamado “setor de operações estruturadas” da Odebrecht podem ter sido adulteradas.

Estes documentos são o que sustentam que a Odebrecht supostamente doou R$ 12 milhões de maneira ilegal, a título de suborno, a Lula para a compra do terreno.

“O caráter duvidoso destes indícios, preparados durante quase um ano para depois ser ‘lavados’ com verniz de legalidade, é expresso, inclusive, pelos próprios Peritos da Polícia Federal”, informa a defesa de Lula.

Trata-se do sistema “MyWebDay” do departamento de operações estruturadas da empreiteira, que conforme o GGN já vem mostrando, foi suscetível a manipulações. Um dos indicativos é que antes de ser enviado à Justiça, tais dados permaneceram nas mãos da Odebrecht por quase um ano e somente foi entregue quando a Odebrecht assinou o acorde de leniência com o Ministério Público Federal.

A novidade é que esse indício foi admitido pelos próprios peritos da PF: em conversa gravada no dia 30 de setembro de 2019, o perito Roberto Brunori Junior afirmou que, ao contrário do que sustentou o MP, os arquivos não foram retirados diretamente da Suíça, mas coletados com a Odebrecht.