quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

VEJA: EMPRESÁRIO DIZ PAGAR POR ATOS CONTRA O CONGRESSO E QUE PAGOU POR ATOS CONTRA DILMA

“Tenho informações de Brasília”, diz no WhatsApp empresário que se dispôs a pagar atos anti-Congresso

Vera Magalhães - Um grupo de WhatsApp criado em setembro de 2018 e batizado de “Mkt Bolsonaro” está sendo usado para a discussão dos atos convocados para o próximo dia 15 de março em defesa do governo Jair Bolsonaro e contra o Congresso.

O grupo conta com a participação de empresários, investidores do mercado financeiro, blogueiros de sites bolsonaristas, comentaristas políticos e até um integrante do governo, o secretário Especial de Produtividade e Emprego fazem parte do grupo Mkt Bolsonaro.

 No último dia 21, antes, portanto, da divulgação, por parte do presidente, de vídeos convocando as pessoas para as manifestações de 15 de março, o empresário Otavio Fakhoury bateu boca com a representante do Vem pra Rua no grupo, pelo fato de o movimento não declarar apoio aos protestos. E anunciou que pretende “ajudar a pagar o máximo de caminhões que puder” para os atos. “Convocarei todos que eu conhecer”, afirmou.

Na discussão, o investidor ainda emendou: “Não vou deixar esses canalhas derrubarem esse governo”.
Antes de Fakhoury anunciar que pretende financiar a infraestrutura do ato pró-governo e anti-Congresso, a representante do Vem pra Rua tenta argumentar que o grupo não apoia algumas manifestações de Bolsonaro, como o caso envolvendo seu filho Flávio e a criação do juiz de garantias. “O Vem pra Rua não pauta a rua, ele dá voz à rua”, diz ela.

Fakhoury responde, irritado: “Quando era o PT roubando os cofres públicos e comprando o Congresso com petrolão, mensalão etc. esses energúmenos não viam nada de autoritário… Agora é que eles veem? Aah, me poupem. Canalhas!” E segue: “Tenho informações de lá de BSB (Brasília). Temos que todos irmos pra rua o quanto antes. VPR não quer ir beleza, no surprise”.

 Otavio Fakhoury  reafirma a disposição de bancar caminhões de som para os atos do dia 15 — algo que costuma fazer, segundo ele, desde as manifestações pró-impeachment de Dilma Rousseff, com recursos próprios.