O bandido não era Teich, mas o ministro ao seu lado, Ricardo Salles
Nelson Teich, que deixaria o Ministério da Saúde três semanas depois, foi o único participante da reunião ministerial de 22 de abril a tratar a pandemia do novo coronavírus como um problema no país.No encontro, o presidente Jair Bolsonaro cobrou que responsáveis por órgãos públicos apontassem comorbidades e outras questões relacionadas quando fossem reportar a morte de servidores por Covid-19.
"Hoje, que a gente tenha quatro milhões de pessoas com a covid-19. Brasil hoje tem duzentos e doze milhões de pessoas. Tem duzentos e oito milhões que não estão tendo atenção necessária. É câncer, cardiovascular. Isso tudo está represado, é demanda reprimida.
Quando você controlar a covid-19, o 'não covid-19' vai chegar com tudo e você pode pegar uma estrutura sucateada. Aí você só vai transferir o problema de medo." Ele continuou: "Temos que estar preparados, não é só trabalhar o curtíssimo prazo. A gente tem que se preparar para essa segunda fase que vai chegar também. Isso tudo a gente está fazendo, só para vocês saberem que a gente está pensando nisso tudo, está tudo trabalhado", diz ele, na gravação.
O Teich saiu do Governo e foi direto para o psicólogopic.twitter.com/kB2JI8uiWu— André Ranieri (@ranieri_andre) May 23, 2020
Nelson Teich foi o único que tratou a reunião ministerial com seriedade, e não como uma reunião de uma gangue. Tratou de problemas reais — a pandemia — e apresentou soluções.— Lucas Dutra (@wolflucvs) May 23, 2020
É fácil entender por que ele foi expulso do governo. pic.twitter.com/kYvB0sZfA2